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CBF demite Dunga e de toda comissão técnica.



O ritual é o mesmo de quatro anos atrás, quando Parreira foi demitido. O Brasil foi eliminado nas quartas de final e poucos dias depois o treinador perdeu o cargo. Até o final do mês, um novo nome deve ser anunciado.

Dunga chegou na manhã de domingo ao Brasil dizendo que conversaria em uma ou duas semanas com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, sobre o seu futuro, mas a entidade já havia decidido isso por ele. À tarde, a CBF anunciou em uma curta e seca nota - sem nenhum agradecimento ou qualquer comentário sobre o trabalho de Dunga - o fim da sua gestão como treinador. A nota sequer cita o nome do técnico.

"Encerrado o ciclo de trabalho que teve início em agosto de 2006, e que culminou com a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul, a CBF comunica que está dispensada a comissão técnica da Seleção Brasileira. A nova comissão técnica será anunciada até o final deste mês de julho", afirma o comunicado oficial da entidade.

A demissão de Parreira, após o fracasso em 2006, pôs fim a um ciclo de vencedores da seleção brasileira - jogadores que estavam juntos há quase oito anos e que venceram quase tudo que disputaram, inclusive a Copa do Mundo. A saída de Ronaldo, Roberto Carlos e Cafu era quase natural. Mesmo se tivessem vencido aquela Copa, a era deles na seleção já parecia concluída, um pouco pela idade, e muito pela nova geração de brasileiros que começava a pedir passagem.

A demissão de Dunga parece encerrar um ciclo curtíssimo da seleção brasileira, de apenas quatro anos. É impossível prever o que vai acontecer daqui para frente no futebol brasileiro - quais dos atuais craques se confirmarão, quais outros surgirão, etc. Mas parece evidente que muitos do grupo de Dunga, mesmo tendo ainda idade para disputar outra Copa, não terão mais espaço na seleção.

A tarefa de Dunga à frente da seleção era renovar o time e mudar alguns hábitos nocivos do passado. Os hábitos foram mudados, mas a renovação teve vida curta, de apenas quatro anos. Tudo foi apostado na conquista da Copa do Mundo. Após o fracasso e a demissão do treinador, o time montado por Dunga não parece fazer muito sentido, já que apenas ele conseguia aglutinar ao seu redor aqueles jogadores.

Dunga fugiu tanto do consenso nacional de o que deveria ser a seleção brasileira, que deixou muito pouco para seu sucessor, que deve assumir o cargo nos próximos dias.

Pela frente, o Brasil terá uma preparação para Copa do Mundo como nunca se viu, por dois motivos.

Primeiro, porque não haverá Eliminatórias para se disputar. A seleção será testada apenas na Copa América na Argentina, no ano que vem, em amistosos e na Copa das Confederações de 2013. Um desafio extra para quem assume. Se a seleção de Dunga só foi testada de verdade uma vez neste ano - e fracassou, diante da Holanda - o que sobrará para a equipe de 2014, que terá pouquíssimos jogos importantes na preparação para a próxima Copa?

Segundo, a pressão por vencer será muito maior, por se jogar a Copa em casa.

A decisão sobre quem deve comandar esse processo na seleção brasileira parece uma das mais difíceis dos últimos anos para a CBF. Será que em um mês, conforme prometido, a entidade terá condições de achar a solução certa?

Mesmo se decidir por um técnico interino, a torcida brasileira tem todos os motivos para ficar preocupada. Afinal de contas, em 2006, Dunga também era considerado uma improvisação, até que se achasse o sucessor ideal. O resto da história, todos sabem.

Fonte: B-B-C Brasil

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