Bahia: chapa de oposição começa se formar
Este foi o primeiro ato realizado pelos partidos que vão fazer oposição à reeleição do Governador Jaques Wagner.
Um encontro entre representantes do PSDB e DEM, além da presença do PR, PPS e PTN, realizado na tarde de segunda-feira (15), em Salvador, praticamente ficou acertado a aliança entre os partidos. Pelo lado dos democratas, o ex-governador Paulo Souto, candidato natural da aliança ao governo do Estado, o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo, os deputados federais Antonio Carlos Magalhães Neto, Cláudio Cajado, Jorge Khoury, Félix Mendonça, Paulo Magalhães Luiz Carreira (DEM), e os deputados estaduais, Heraldo Rocha, Paulo Azi. Rogério Andrade Clovis Ferraz, Carlos Gaban, o presidente do PPS na Bahia, George Gurgel de Oliveira, e o vereador da capital Joceval Rodrigues.
Pelo PSDB, estavam o vereador por Salvador, Paulo Câmera, o ex-governador e ex-prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, os deputados João Almeida, Jutahy Magalhães (PSDB), o ex-prefeito de São Sebastião do Passé, Zezito da Pena e o vereador Jorge Jambeiro.
O ex-governador e atual senador Cesar Borges e os deputados José Rocha, Elmar Nascimento e Sandro Régis representaram o PR além do deputado João Carlos Bacelar, que representou o PTN.
Este foi o primeiro ato realizado pelos partidos que vão fazer oposição à reeleição do Governador Jaques Wagner depois que o ex-governador Paulo Souto, foi indicado para disputar a sucessão estadual pelo governador de São Paulo José Serra e na oportunidade afirmou que esta aliança representa um desejo antigo das cúpulas do DEM e PSDB.
Serra afirmou que existe a possibilidade de conversar com o PMDB e assim ampliar a aliança. "Será uma chapa consolidada, de oposição. Uma frente de oposição ao governo do estado, representando uma parcela grande da população que não está satisfeita com o governo", avaliou o governador paulista.
Ao termino da reunião, Paulo Souto disse estar contente com a aliança entre tucanos e democratas. "Esses dois partidos têm um projeto comum a nível nacional e agora um projeto comum também na Bahia", observou Souto.
PR e PPS presentes - O PR do senador César Borges deverá integrar a aliança que deverá se formar em torno da provável candidatura do ex-governador Paulo Souto ao governo do Estado. Porém, o senador baiano prefere agir com cautela e garantiu que esteve presente na discussão sobre candidaturas a nível estadual, "mas isso não significa aliança", declarou.
"Estamos conversando. O PR é hoje um partido com muitas tendências, mas o fato de a chapa majoritária ainda estar em aberto, facilita que as conversas se intensifiquem", concluiu César Borges.
"Ainda é muito cedo para definições", afirmou o presidente estadual PPS George Gurgel. Ele admite participar da aliança, mas recorreu à questão nacional para explicar a posição estadual do seu partido, que na eleição passada integrou a aliança que elegeu Jaques Wagner.
Projeto para o Brasil - O deputado Jutahy Jr. também se mostrou otimista com a aliança e atribuiu ao projeto nacional o sucesso das negociações. "Eu acho que, hoje, nós consolidamos a aliança PSDB e DEM na Bahia e no Brasil. Esta é a primeira vez, na Bahia. Vamos construir um palanque forte aqui para o nosso candidato, que deve ser o governador José Serra", explicou Jutahy.
O tucano falou ainda sobre como deve funcionar a aliança e a sua importância pra o projeto nacional dos tucanos. "Era fundamental nós termos um palanque forte no estado para que o nosso candidato possa fazer campanha em todos os municípios da Bahia", avaliou Jutahy, sepultando totalmente a estratégia das eleições anteriores que prejudicaram fundamentalmente os candidatos presidenciais dos tucanos na Bahia.
O deputado federal ACM Neto avaliou a aliança entre o PSDB e DEM como positiva, que deverão formar a base de apoio à candidatura oposicionista. "No momento certo, nós vamos atrair outros partidos", disse. Neto também avaliou que a aliança celebrada ontem fortalece tanto o projeto nacional quanto o estadual.
"Ela é muito importante, seja pela simbologia de se manter a aliança a nível nacional entre os dois partidos, seja pela agregação de forças políticas que vamos fazer na Bahia", declarou.
Aleluia diz que aliança na Bahia fortalece candidaturas de Souto e Serra - "A unidade nos levará a uma grande vitória em 2010 e, mais do que isso, devolverá a Bahia ao comando de políticos e técnicos sérios e competentes", declarou o vice-presidente nacional do Democratas, deputado José Carlos.
Para Aleluia, a reunião foi um primeiro passo na direção de um entendimento maior em favor da Bahia e do Brasil. "O encontro de todas essas lideranças remete para o palanque do nosso candidato a presidente da República, José Serra", admitiu Aleluia.
PSDB - Depois do encontro entre o PSDB e o DEM, o deputado e presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PSDB), entregou sua carta de desfiliação dos tucanos e o principal motivo foi à aproximação com o DEM, partido que sempre fez oposição.
O deputado estadual Emério Resedá, ex-carlista e que sempre defendeu o governo de Souto, mesmo depois de boatos que ele teria deixado a legenda, permanence no ninho tucano baiano, porém comunicou ao CN que tem interesse em abandoná-lo, pois vem consultando o TRE para saber se há possibilidades de mudança. Resedá deixou claro que se por ventura ocorrer a sua saída do PSDB irá ingressar em outro partido aliado ao governo do estado. Existe a tendência que outros sigam o mesmo caminho a exemplo do ex-deputado federal Nestor Duarte, o ex-vice prefeito de Salvador, professor Marcelo Duarte e seu filho, Marcio Duarte.
A aliança entre PSDB e o DEM - afastados politicamente desde 1988, que foi oficializada segunda-feira, não surpreendeu o PMDB.
O presidente da legenda, Lúcio Vieira Lima, afirmou ontem que vê a reaproximação da legenda com naturalidade e que o alinhamento dos partidos era esperado e trata-se de um fato político.
Entretanto, quando questionado sobre se há possibilidade de o PMDB se unir a essa aliança, o presidente disse apenas que as decisões só serão tomadas após o partido discutir as eleições internamente. "Não há nada de novo nessa aliança, que era mais do que esperada e trata-se de um fato político, que serviu para desanuviar a saída de (Paulo) Souto do DEM para o PSDB. Quanto ao PMDB, volto a dizer que continuamos discutindo 2010 internamente.
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