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Senadores deixam o trabalho para assistir filme do presidente


Em plena terça-feira (17), dia tradicional de votações em plenário, o Senado permanece pela terceira semana consecutiva sem aprovar matérias de interesse público. Desta vez, a razão parece ter sido cinematográfica: será realizada hoje, em Brasília, a pré-estréia de Lula, o filho do Brasil, filme de abertura do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB). A sessão ordinária foi encerrada no meio da tarde.

A exibição do filme é uma das mais concorridas da história do festival. Antecedida pela apresentação, às 20h, da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, deve reunir políticos de diversos partidos na Sala Villa-Lobos – o mais imponente dos auditórios do teatro homônimo, com suas 1.450 poltronas. Não deve faltar lugar: os organizadores da cerimônia de abertura instalaram mais 200 cadeiras.

A explicação oficial para o esvaziamento da sessão deliberativa desta terça-feira é a falta de consenso em torno da Medida Provisória 468/09, que impede a votação de outros projetos. Segundo a assessoria do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o (não) avanço das deliberações não está relacionado à exibição do filme, mas sim à falta de acordo das lideranças partidárias.

“A sessão já foi encerrada, por problema de agenda. Não houve entendimento de líderes sobre a pauta”, garantiu a assessoria de Sarney ao Congresso em Foco. “Não tem nada a ver com o festival.”

O coordenador-geral do festival, Fernando Adolfo, afirmou ao Blog do Bonequinho (portal do jornal O Globo), que os realizadores do evento teriam pedido a Sarney que tentasse fazer a sessão de hoje mais rápida.

“Estamos em conversa com o presidente do Senado, pedindo para que a sessão do Congresso termine um pouco mais cedo, a fim de que os parlamentares possam assistir ao filme. Em agosto, quando eu conversei com o produtor Luiz Carlos Barreto e convidei o filme para abrir o festival, eu já sabia que a repercussão seria grande. O Festival de Brasília sempre teve um caráter político, tanto na sua seleção quanto nas atividades paralelas”, disse Fernando, ao blog.

A tempo: Lula não irá à sessão em sua homenagem (ele o fará em Recife, na próxima quinta-feira). Já assessores da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) nem confirmam nem negam a ida da pré-candidata oficial da sucessão do presidente Lula.