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Indústria baiana cresce 7,5% em maio‏

Em maio deste ano, a produção industrial do país cresceu, em relação ao mês de abril, em oito dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Bahia, com taxa de 7,5%, teve o segundo melhor desempenho, logo atrás do Amazonas (11,7%). O crescimento da produção industrial no estado em maio recupera em parte o recuo de 10,9% em abril.

Segundo análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), a partir dos dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), o segmento de refino de petróleo e álcool, com incremento de 28,7%, foi o principal responsável pela recuperação do indicador industrial comparativo a abril.

Neste indicador, também cresceram os ramos de celulose, papel e produtos de papel (5%), produtos químicos (4,9%), borracha e plástico (17,6%) e metalurgia básica (7%). Tiveram retração frente a abril alimentos e bebidas (-0,3%), minerais não-metálicos (-3,2%) e veículos automotores (-1,6%).

“Os resultados confirmam que a economia baiana vem recuperando sua dinâmica, após os impactos negativos da crise financeira internacional”, afirmou o secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, lembrando que, além da produção industrial, houve incremento, em maio, na arrecadação e na geração de emprego, com dados do Ministério do Trabalho indicando saldo positivo de mais de nove mil postos de trabalho na Bahia.

“De cada três novas vagas geradas no Nordeste em maio, duas foram criadas no mercado de trabalho baiano, sendo que do total no estado cerca de 80% dos novos postos foram gerados em municípios fora da Região Metropolitana de Salvador (RMS), o que ressalta o bom desempenho do processo de descentralização da economia implementado pelo governo estadual”, disse Pinheiro.

Ele destacou que a Bahia já apresentou um resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre e que a expectativa é também de resultado positivo nos trimestres subsequentes, com um potencial de crescimento maior no segundo semestre do ano. “A Bahia está se posicionando bem diante da crise internacional”, observou o secretário.



Resultado coerente



O diretor-geral da SEI, Geraldo Reis, informou que o resultado da indústria está coerente com os resultados de outros indicadores. “O montante arrecadado pelo Estado com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) atingiu a marca de R$ 836 milhões, um incremento de 7,67% em relação a abril e 6,98% acima dos valores de maio de 2008”, explicou.

Para ele, a maior contribuição veio do setor industrial, que arrecadou mais 14,45% (R$ 368 milhões) em relação a maio de 2008. “O aquecimento do setor também se reflete na geração de emprego. O Ministério do Trabalho e Emprego registrou novos 1,87 mil empregos na indústria de transformação no mês e a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salários (Pimes/IBGE) aponta aumento de 15% no pessoal ocupado no refino de petróleo e de 11% na metalurgia”, analisou.

Outros estados e região também apresentaram taxas acima da média nacional (1,3%) em maio, na comparação com abril: São Paulo (2,4%), região Nordeste (1,8%) e Minas Gerais (1,4%). Já Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro tiveram incremento de 0,6%. Pernambuco (0%) repete o patamar do mês anterior. As regiões com recuo na produção foram as do Espírito Santo (-0,6%), Goiás (-1,2%), Paraná (-4,1%), Ceará (-4,3%) e Pará (-5,6%).



Taxas negativas



Em relação a maio de 2008, todas as localidades pesquisadas registraram taxas negativas. A Bahia acompanhou a tendência nacional (cuja média foi de -11,3%), com decréscimo de 12,3%. Esta é a oitava taxa negativa consecutiva da indústria, quando se compara os resultados com o mesmo período do ano anterior, confirmando que este é o segmento mais afetado pela crise na economia mundial.

Seis dos nove setores fabris pesquisados tiveram queda no estado. O principal impacto negativo veio do refino de petróleo e produção de álcool (-48,1%), por conta da menor fabricação de óleo diesel e nafta e da paralisação, em parte, de uma grande refinaria.

Outros setores que influenciaram o recuo na indústria no período foram: alimentos e bebidas (-10,3%), devido à queda na produção de leite em pó e refrigerantes, e metalurgia básica (-9,1%), proveniente da retração na produção de lingotes, blocos e placas de aço ao carbono e ouro em barra.



Principais influências positivas



Produtos químicos (6%), oriundos do crescimento na produção de polietileno de alta densidade e etileno não-saturado, celulose e produtos de papel (5,6%), provenientes do aumento na produção de papel não-revestido e celulose, e minerais não-metálicos, com taxa de 3%, sendo influenciados pelo aumento na produção de massa de concreto e granito talhado, exerceram as principais influências positivas.

A indústria baiana acumula de janeiro a maio deste ano um recuo de 12,5%, pressionada pelas taxas negativas em seis das nove atividades industriais. Refino de petróleo e produção de álcool (-28,4%), produtos químicos (-11,7%) e metalurgia básica (-26,4%) foram os segmentos com as maiores contribuições para a queda no período.

As maiores contribuições positivas vieram dos segmentos de alimentos e bebidas (4,6%), com aumento na fabricação de óleo de soja em bruto e farinhas e pellets da extração de soja, e celulose e papel (2,9%), em função do aumento na produção de pastas químicas de madeira e papel não-revestido.

Nos últimos 12 meses, a taxa recuou 5,2% e prossegue em trajetória decrescente desde outubro de 2008 (4,7%), mês que marca o início dos efeitos da crise no Brasil.